Com toda a certeza, você já sentiu o cheiro do ar em um dia cinzento e soube que uma tempestade estava a caminho. Ou ainda identificou o aroma de um prato sendo preparado e lembrou de uma refeição agradável do seu passado. Isso acontece porque os odores afetam a região do cérebro que controla as memórias e as emoções.
E é aí que entra a aromacologia, uma ciência que estuda a noção de que os cheiros têm uma relação direta com aquilo que sentimos. Afinal, as fragrâncias são capazes de evocar tranquilidade ou animação, conforto ou anseio. Elas podem tanto estimular quanto acalmar. Saiba mais sobre esse conceito e como ele funciona na prática!
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O que é aromacologia?
Aromacologia é a ciência que estuda como os odores influenciam o comportamento das pessoas. Unindo métodos de perfumaria tradicionais com tecnologia de mapeamento cerebral, os cientistas conseguem incitar reações químicas no cérebro. Essas reações, então, engatilham sentimentos, trazem lembranças à tona e/ou criam humores.
A origem da aromacologia é recente e remonta ao ano de 1988, no Japão, quando um cientista chamado Shizuo Torii começou a estudar a conexão entre o olfato e as emoções na Universidade de Toho.
Torii descobriu que cheiros como o da lavanda e o da camomila elevavam o relaxamento. Fragrâncias como a de casca de laranja, por outro lado, deixavam os objetos de sua pesquisa mais atentos e alertas.
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Como funciona?
Nessas últimas três décadas, muitas pessoas estudaram o olfato humano e inúmeros experimentos foram realizados a fim de descobrir as sensações que diferentes aromas causam.
Em resumo, os especialistas em aromacologia focam na maneira como o sistema límbico processa os odores. É nessa área do cérebro que nossas emoções são geradas, bem como os comportamentos instintivos. É o caso da fome, da sede e da saciedade, por exemplo.
Os aromas são transportados pelo ar na forma de pequenas partículas. Elas entram em nosso organismo por meio das narinas e nosso nariz se torna responsável por analisar parte da informação que chega.
Por isso, as células olfativas, localizadas nas conchas nasais, capturam a composição química que torna cada odor único. Elas são, então, capazes de transformar os cheiros em impulsos elétricos. Esses impulsos, por sua vez, viajam até o cérebro. Lá, serão analisados, armazenados e, enfim, entregues ao sistema límbico para processamento.
A descoberta de que tanto o olfato quanto as emoções são entendidos na mesma região do cérebro tem um papel fundamental na aromacologia. Hoje sabemos, por exemplo, que as fragrâncias podem alterar nosso humor e afetar o apetite, o limiar de atenção, a memória, entre outros.
- Leia também: O poder dos aromas e sua influência na saúde.
Qual é a diferença entre aromacologia e aromaterapia?
Apesar de as duas práticas terem nomes parecidos, elas possuem vários pontos divergentes. Entre eles, podemos citar:
- Enquanto a aromaterapia tem como foco o uso de óleos essenciais para prevenir e tratar doenças, a aromacologia se concentra nos benefícios psicológicos e nas reações que o sistema nervoso tem às fragrâncias. Só para exemplificar, a primeira afirma que o aroma de lavanda pode curar dores de cabeça. A segunda, que a planta tem o poder de acalmar a mente;
- A aromaterapia usa apenas óleos essenciais e odores naturais. A aromacologia, contudo, pode empregar também os perfumes artificiais;
- Os conhecimentos da aromaterapia têm, principalmente, propósitos medicinais. A aromacologia, por outro lado, pode ser usada até para fins comerciais. Existe, aliás, toda uma indústria que usa fragrâncias para influenciar a experiência e o comportamento do consumidor. É o chamado marketing sensorial.
Embora as diferenças sejam muitas, ambas são complementares e andam lado a lado. De fato, os estudos por trás da aromacologia validaram muitas das crenças da aromaterapia. É graças à ciência que foi possível provar que o alecrim estimula a concentração, que a hortelã é revigorante e que o capim limão acalma.
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